O LABORATÓRIO DE Qualidade é um espaço equipado com ferramentas, aparelhos e subdivido em quatro salas: sala de classificação, sala de torra, sala de degustação, e sala de amostras. E o principal: é operacionalizado por uma equipe de profissionais capacitados e treinados para o exercício das atividades, que permite assegurar os processos de análise que envolvem as especificidades da classificação do café.
Sua finalidade é utilizar-se dos instrumentos e das capacidades pessoais para convergência das informações, com o intuito de mapear e analisar as distintas qualidades físicas e sensoriais de cada lote de café direcionado ao laboratório da monteCCer.
A classificação física é onde analisamos a especificidade de cada lote coletado por amostragem. A partir dessa amostragem, visualmente são definidas suas características de cor, aspecto e granulometria, onde são identificados os percentuais de peneiras que compõem o lote.
Após a classificação física, a amostra representativa do lote de café é direcionada para o processo de torra e, após a moagem, é feita a avaliação sensorial, onde degustamos e avaliamos sensorialmente os atributos do lote, descrevendo as particularidades de cada bebida, indicando e atribuindo o perfil de qualidade, percebidos nesse processo. Nesse momento é definido se a amostra de café apresenta qualidades positivas ou negativas.
Após as análises das amostras, tanto os dados da classificação física quanto os dados da classificação sensorial, são anotados e lançados em um banco de dados. As informações de cada lote ficam armazenadas em um sistema para preservação e geração de relatórios, facilitando a criação e o mapeamento da qualidade de cada cliente.
O mapeamento nos permite avaliar e identificar as diferenças e semelhanças dos cafés de cada lote depositado, contribuindo para nos fornecer todas as informações necessárias, nos permitindo filtrar informações para formação de blends ou identificação de um lote que tenha qualidade distinta e excepcional.
Com a ferramenta do mapeamento podemos orientar e direcionar volumes de lotes semelhantes em aspectos físicos e sensoriais para criação de blends uniformes aumentando o volume de café com as mesmas características. Isso facilita aos compradores a obtenção de lotes mais homogêneos e ao produtor maior possibilidade na agregação de valores na hora da venda.
Os cafés podem variar bastante e tudo depende da necessidade de cada comprador referente ao que especificamente ele busca ou pretende para o seu negócio. Existem os cafés de lotes excepcionais com alta qualidade de bebida, perfazendo volumes bem restritos e específicos e de alto valor agregado quando direcionado para o comprador que demanda por esse nicho.
Os cafés de lotes finos apresentam uniformidade de cores, aspecto e peneiras mais graúdas, é bebida superior que pode chamar a atenção dos compradores e, consequentemente pode ocasionar em negociações rentáveis tanto para o vendedor quanto para o comprador.
Os cafés de lotes bons apresentam bebidas padronizadas e comuns que perfazem um volume considerável da safra e que são potencialmente ofertados e demandados pelo mercado.
E ainda os cafés um pouco mais inferiores apresentam aspectos irregulares em cor e aspecto e consequentemente, também, bebidas mais irregulares, podendo perder um diferencial no preço do lote.
A safra de 2018 em Monte Carmelo está equilibrada na qualidade dos lotes, podemos identificar volumes satisfatórios de lotes com aspectos e bebidas finas, e em aspectos gerais consistentes e expressivos volumes de bons lotes de café.
Para monteCCer, é importante oferecer esses serviços aos seus cooperados, pois através da identificação e mapeamento da qualidade é que o produtor pode conhecer a real qualidade do seu produto. Organizacionalmente é um departamento estratégico para a empresa, pois através dos profissionais capacitados e suas análises pode-se construir o mapeamento da qualidade com o objetivo de explorar ao máximo o potencial de cada lote, podendo gerar valor agregado ao produtor quando comercializado.
Os cooperados, através do banco de dados criado a partir dos lançamentos das análises física e sensorial, podem acompanhar integralmente as informações de todos os lotes por eles depositados nos armazéns da monteCCer. Através dos relatórios, que contemplam as principais informações avaliadas, possibilita ao cooperado monitorar cada lote produzido e identificar o perfil da qualidade que potencialmente venha a produzir. Isso contribui positivamente também para identificar áreas de sua propriedade que podem retirar melhores lotes, e onde se deve ter atenção para alguma área ou processo de secagem que não deram o resultado esperado, assim, ele se favorece da criação do histórico da qualidade e pode tomar decisões que ache prudentes para melhorias.
Aos compradores essas informações possibilitam reunir lotes mais uniformes, e consequentemente, podem obter maior aproveitamento e rendimento quando industrializarem o produto. Isso gera valor, confiança e consistência da qualidade que facilita a continuidade em negociações para safras futuras, sem oscilações nos cafés que queiram negociar.
Em se tratando de qualidade do café, os desafios são sempre voltados para melhoria contínua, o cuidado do cooperado no acompanhamento dos processos que envolvem manejo, cultivo, colheita e, principalmente, a secagem dos grãos de café no pós-colheita são essenciais para o aproveitamento satisfatório e, consequentemente, obtenção de lotes diferenciados que podem agregar maior valor de mercado.
O mercado deseja sempre o melhor produto pelo preço parametrizado e ajustado de acordo com as bolsas de valores do café, de acordo com a qualidade oferecida. Quando bem interpretada essa proporcionalidade, o cooperado que prioriza e se dedica à melhoria da qualidade passa a ter a oportunidade perfeita para oferecer seus melhores lotes e, potencialmente, venha a ter ofertas interessantes por parte dos compradores.
A monteCCer percebe claramente a importância de investimentos no Laboratório de Qualidade e investe em pesquisas para o devido aperfeiçoamento, acompanhando o amadurecimento, desenvolvimento e eventuais mudanças que ocorrem ou venham a ocorrer perante ao mercado de café e suas tendências.
Acredito que a busca da qualidade e desenvolvimento pela melhoria contínua de processos são essenciais para o aperfeiçoamento de qualquer cultura. Porém, no ramo da cafeicultura, percebo que os desafios são muitos e têm um peso maior, pois existe uma complexidade muito grande quando falamos em qualidade, pois a cadeia do café é ampla e segmentada a sua demanda. Devido às diversas possibilidades de nuances e sabores encontrados no finito universo de lotes, existem as tendências e preferências por determinados cafés de sabores e características sensoriais específicas que cada comprador busca conforme a cultura de preparo da bebida do seu país de origem. Por isso, é importante o monitoramento e mapeamento da qualidade dos lotes, pois essa ferramenta, juntamente com o talento dos classificadores e degustadores, contribui para identificação desses lotes, e facilitam encontrar as semelhanças e nuances específicas que os compradores buscam com base na demanda do seu público.■■