Sexta-feira/ 26/ Julho, 2024 - 23:39

A Mulher e a carreira Militar.

A Mulher e a carreira Militar.

A história da primeira brasileira a integrar uma unidade militar é bem diferente, pois mostra a força do gênero considerado por alguns como frágil. Maria Quitéria de Jesus Medeiros lutou pela manutenção da Independência do Brasil.

Pelo seu entusiasmo e bravura, Maria Quitéria conquistou o respeito dos companheiros e recebeu de D. Pedro I a insígnia de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro. Em junho de 1996, por meio de decreto da Presidência da República, a mulher soldado passou a ser reconhecida como Patrono do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro.

Foto: João Naves

Em Minas Gerais, apenas em 1° de setembro de 1981, 120 mulheres pisaram pela primeira vez em um quartel como integrantes da corporação, após prestarem concurso público.  São 37 anos integrando a Policia Militar de Minas Gerais, uma instituição de 243 anos.

O ingresso na Policia Militar de Minas Gerais é por concurso público, para o público feminino são ofertadas 10% do total de vagas fixado por lei. Observando a relação candidatos por vaga e nota de corte, nota-se que ambas são superiores nas vagas femininas se comparadas com o masculino. Ou seja, a mulher tem que concorrer com mais candidatas e ter um desempenho superior nas provas para ingresso.

Após o concurso, vem o curso de formação que requer preparo físico e psicológico. Como mulher, confesso que tive dificuldades devido à fisiologia feminina. Por exemplo, não é fácil passar por treinamentos estando menstruada ou de TPM. Mas nós, mulheres, somos plenamente capazes de concluir com louvor o curso de formação.

Vejo a mulher como uma mistura de força e delicadeza que abrilhanta qualquer serviço. Apesar de os quartéis serem ambientes predominantemente masculinos, a mulher já conquistou seu espaço.

Estou há 11 anos na corporação, já trabalhei em vários tipos de policiamento: Tático Móvel, Policiamento Ostensivo Geral, Policiamento Rodoviário e, atualmente, no Policiamento Ambiental. Nunca tive dificuldades para desempenhar minhas atividades devido ao gênero.

Foto: João Naves

No Policiamento Ambiental encarei o desafio de manejar animais silvestres como cobras, tamanduás, ouriço-terrestre, gambás, entre outros animais dos quais  maioria das pessoas não se atrevem a chegar perto, dirijo uma caminhonete com uma lancha de aproximadamente 4 metros acoplada, por aqui não tem a piadinha de “mulher no volante perigo constante”. Ao mesmo tempo assumi o compromisso com a educação ambiental infantil em que meu lado feminino esteve mais aflorado.

A mulher não precisa deixar de ser vaidosa para ser militar. Maquiagem, acessórios, unhas bem feitas, observando o regulamento é possível ser feminina dentro de uma instituição militar.

Ser militar não é questão de gênero, e sim, vocação. Se você é mulher e quer ser militar, quer assumir o sacerdócio de servir e proteger a sociedade, siga seu sonho. Não será o seu gênero que a fará menos capaz, acredite no seu potencial.

Brunna Fernandes, Policial Militar, Digital Influencer e mãe do Tomaz.

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